Romance De Quem Aprende

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Junto à cancela Rosa Flor firmava a cuia 
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E entre um mate olhava ao longe dois campeiros 
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Que nos seus baios vinham juntos pela estrada 
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Os seus Marianos pai e filho e companheiros 

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Mariano Luna num bagual recém pegado 
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Bocal e rédeas, num galope ia estendendo 
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Outro mariano, no seu baio cabos-negros 
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De rédea firme, espora curta e aprendendo 

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No corredor seguia o tempo lado a lado 
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Um domador pra mansidão de mais um potro 
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E um moço novo que entre prosas e conselhos 
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Batendo estribos, ia um cuidando o outro 

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Rosa Flor entre um sorriso e uma angústia 
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Olhava os dois como a firmarem um compromisso 
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Lembrou de um tempo que passou já fazem luas 
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Quando esse moço era um piá no seu petiço 

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Mariano Luna foi chegando pro galpão 
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Soltando o corpo pronto pra desencilhar 
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Mas o seu baio, por maleva ou assustado 
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Já quase manso quis pegar a corcovear 

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Mas é aí que a vida ensina e cobra um dia 
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E o outro Mariano, chegou logo no bagual 
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E amadrinhando com olhar de quem já sabe 
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Firmou o baio, pela argola do buçal 

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Mariano Luna se ajeitando nos arreios 
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Por que quem doma até por nada vai ao chão 
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Viu com seus olhos de confiança e satisfeito 
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Que suas palavras de saber não foram em vão 

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Quem sabe o tempo, domador igual a tantos 
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Um dia entregue outros potros pra amansar 
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Vai um Mariano amadrinhando e outro domando 
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E Rosa Flor na mesma angustia de esperar 
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Vai um Mariano amadrinhando e outro domando 
         A              B7            E 
E Rosa Flor na mesma angustia de esperar 
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Junto à cancela Rosa Flor firmava a cuia